Conto: Duas taças e um vinho afrodisíaco +18
Por: Alan Martins
Duas taças de vinho em cima da mesa. Duas bocas, caladas, desejam provar-se carnalmente ao ponto de degustarem o sabor do vinho, não na taça, mas nos lábios alheios. Olhares se trocam no acompanhamento de goles do mesmo vinho que adoça este encontro a dois: Vinho tinto português Rola Douro. Entre goles e silêncios insinuantes, ele ri de mim ao perceber que minha taça já está vazia. Eu o questiono sobre o motivo da risada e, ao olhar para minha taça, junto-me com ele em sua alegria risonha.
Após um efervescente momento de gargalhadas sob o efeito do álcool, ele se aproxima de mim num silêncio um tanto libidinoso e atraente. Vejo seu corpo quente e apetitoso inclinar-se à minha frente e, dessa maneira, sinto o seu cheiro feito uma garrafa orgânica de vinho que exala, através de seus poros, o aroma de uma safra rara e saborosa. Admiro novamente a mesma boca-taça que, antes, quase me sucumbiu ao crime de invadir o seu espaço pessoal para provar, direto de seus lábios, o vinho que agracia nosso encontro.
Minutos seguintes a uma conversa intimamente tendenciosa, ele, com sua taça perto de mim, levanta-se, ficando de pé em minha frente, e, após abrir o zíper da calça e colocar sua taça próxima da minha, divide o vinho restante da garrafa em cima mesa entre nossas taças, enquanto seu terceiro membro, másculo e protuberantemente ereto, é movido num zigue-zague constante que hipnotiza meus olhos.
Com a taça quase cheia de vinho, e meus olhos ainda hipnotizados, ele, em um estado de êxtase, preenche a minha taça com o sublime líquido branco de seu membro cavernoso, como um confeiteiro que, batendo o creme de leite fresco com açúcar, produz o chantilly que enfeitará a bebida antes de ser degustada. Assim, ainda na atmosfera do silêncio e ouvindo a sua respiração excitante ofegar em pleno orgasmo concluído, eu me embriago com a taça de vinho mais rara e afrodisíaca da noite, taça esta que se ressignificou em um dildo (de)leitoso transbordado de Rola que, neste instante, eu tomo, e que me propicia o tesão que se alastra em minhas artérias através de cada gole, de Rola, bebido… e mais uma vez a taça torna-se vazia, e mais uma vez o seu corpo quente encontra-se perto do meu, e mais uma vez pego-me hipnotizado, só que, desta vez, não há mais vinho para preencher esse vazio, mas, somente, duas bocas que, juntas, brindam em meio à explosão de sabores.
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