Dia da Visibilidade Bi
O dia do orgulho e visibilidade bissexual é celebrado no dia 23 de setembro, desde 1999. O que entra em foco com esse dia é uma discussão antiga, mas ainda válida: o quanto esse grupo é invisibilizado e apagado da mídia, sociedade e até pela própria comunidade, LGBTQIA+. Como resultado, a questão Bi se tornou banalizada, como se aqueles que se identificam como bissexuais fossem menos válidos ou “confusos” por não apresentarem a monossexualidade (gays e lésbicas, por exemplo).
Outro fator que contribui para essa invisibilidade é a visão que muitos têm de que essa é uma orientação sexual conveniente, tanto para homens que negam sua homossexualidade quanto para mulheres que querem experimentar. Diz-se que bissexuais mentem para si mesmos e para os outros. Também é muito frequente rotular erroneamente pessoas bis, e utilizando exemplos da mídia, podemos citar o filme Call Me By Your Name, romance bi rotulado como gay, e o famoso episódio San Junipero, da série Black Mirror, rotulado como lésbico.
De acordo com dados da American Institute of Bisexuality (AIB) “https://www.americaninstituteofbisexuality.org/”, a maior parte dos bissexuais não se assume por estarem com uma pessoa do sexo oposto e não se abrem a respeito de sua orientação. Aqueles que vivem experiências bi normalmente não revelam a ninguém por medo de perder um relacionamento ou pelo impacto que isso pode causar em sua reputação. Em 2013, foi realizada uma pesquisa nos Estados Unidos em que apenas 28% de quem se identificava como bissexual realmente era aberto em relação à sua sexualidade.
Pessoas bissexuais existem e é importante que isso seja dito e repetido até a conquista dessa validação. O “B” de LGBT não é de biscoito. A escolha dessa data de celebração e luta ocorreu em 1999, quando três ativistas bissexuais americanos (Wendy Curry, Michael Page e Gigi Raven Wilbur) criaram a data como resposta à invisibilidade e como forma de chamar atenção para pessoas bi, bem como sua história. O dia 23 de setembro marca a data da morte de Sigmund Freud, psicanalista e o primeiro a tratar da questão da bissexualidade.
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