Indicação – O homem que amava rapazes (Denílson Lopes)
Publicado em 2002, O homem que amava rapazes, de Denílson Lopes, sem se pretender uma historiografia literária brasileira, é uma das poucas obras a traçar uma genealogia das homossexualidades masculinas na literatura brasileira. Nesse mesmo ano, Marcelo Secron Bessa publicava Os perigosos: autobiografia & aids, outra importante obra, que acrescenta o tema da aids às discussões sobre gênero e sexualidade no Brasil.
Enquanto a crítica literária brasileira ainda parece tímida na construção de uma historiografia literária das personagens dissidentes de gênero e sexualidade, a crítica literária inglesa tem a obra A history of gay literature: the male tradition, de Gregory Woods, desde 1998, e a crítica literária argentina tem a obra Historia de la literatura gay en Argentina: representaciones sociales de la homosexualidad masculina en la ficción literária, de Adrián Melo, desde 2011.
É obvio que, entre 2002 e 2021, muitas outras obras foram redescobertas e muito se pesquisou e se escreveu sobre literatura e homossexualidade masculina. Tal fato, no entanto, não invalida os esforços genealógicos de Lopes e Secron Bessa. Por conta disso, aqueles que desejam se iniciar nos estudos literários das homossexualidades masculinas no Brasil encontram nas obras de Lopes e Secron Bessa um caminho fundamental.
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